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Doença inflamatória intestinal
X doença celíaca
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Quais são as diferenças entre estes dois males cujo alvo preferido é o intestino
A cada edição da ABCD em Foco esclarecemos, de diversas formas, os sintomas da colite (ou retocolite) ulcerativa e da doença de Crohn, as doenças inflamatórias intestinais que se caracterizam, basicamente, por inflamação e ulceração no intestino. A colite ulcerativa afeta o intestino grosso, ou cólon. Quanto à doença de Crohn, atinge mais o intestino delgado, ou íleo, e também o intestino grosso, sendo que ela pode causar prejuízos em qualquer parte do sistema digestivo e em algumas partes do organismo como um todo. Os maiores sintomas dessas doenças são diarréia e dor no abdome. E quanto à doença celíaca, será que sabemos estabelecer quais são as diferenças que existem entre ela e as doenças inflamatórias intestinais?
“Por definição, a doença celíaca é a intolerância permanente ao glúten encontrado nos cereais, trigo, centeio, cevada e aveia”, explica a Dra. Lorete Maria da Silva Kotze, especialista em Gastroenterologia, Gastroenterologia Pediátrica e Clínica Médica e membro titular da Academia Paranaense de Medicina. “Diferentemente da doença de Crohn, a dor abdominal e a febre são raras”, complementa a médica, que é fundadora da Acelpar, a Associação dos Celíacos do Paraná, há oito anos. As afinidades com a doença de Crohn e com a colite ulcerativa são diarréia e emagrecimento.
Ao contrário do paciente que tem a doença de Crohn ou a colite ulcerativa duas doenças crônicas que podem provocar nos pacientes períodos de crise e de remissão dos sintomas pode-se imaginar que se o paciente da doença celíaca tirar o glúten da sua alimentação, ou seja, não comer mais pão, macarrão, bolachas, pizza, pastel, entre outros produtos que levam glúten, ele não terá mais nenhum sintoma dessa doença, certo? Pode apostar que sim, segundo os médicos. “A intolerância é para toda a vida, mas retirados os agressores da dieta, o indivíduo fica praticamente curado, diz a Dra. Lorete. Mas ela também faz um alerta: “Se o paciente voltar a ingerir glúten, os sintomas voltam, com maior ou menor intervalo e intensidade”, complementa.
Em tese, é mais fácil diagnosticar e conviver com a doença celíaca do que com uma doença inflamatória intestinal. Para começar, o diagnóstico é feito com um exame simples e fácil: a princípio verifica-se, através de exames de sangue (sorologia), se há a presença de anticorpos contra o glúten no seu organismo. Depois, confirma-se o diagnóstico através da biópsia dos fragmentos do intestino, que é realizada por meio do exame de endoscopia digestiva alta. “O único tratamento para a doença celíaca é alimentar”, afirma a Dra. Vera Lúcia Sdepanian, gastroenterologista pediátrica, professora da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e médica responsável da Associação dos Celíacos do Brasil, a Acelbra, na unidade de São Paulo. O paciente com doença celíaca pode até comer pão, massas e macarrão, desde que esses alimentos sejam feitos com substitutos do glúten ou seja, milho, fubá, polvilho doce e azedo, tapioca, fécula de batata e farinha de mandioca. “Ele precisa aprender a fazer as receitas e mudar seus hábitos alimentares para o resto da vida”, diz a Dra. Vera. A especialista chama a atenção para o fato de que as pessoas precisam estar mais atentas para perceber a manifestação da doença celíaca, que é de origem genética e afeta homens e mulheres de qualquer idade. “Levando-se em conta que a alimentação das crianças começa com papinhas, bolachas e pão, já na faixa de idade de 1 a 3 anos alguns sintomas podem começar a aparecer, e não precisam ser necessariamente diarréia”, explica a médica. Como? Alguns exemplos: crianças que têm o humor muito alterado (ou são exageradamente quietas, quase como se estivessem sempre ausentes, ou são muito irritadas e choram sem motivo); crianças, em idade escolar, que não crescem tanto quanto seria o esperado, ou que têm o intestino muito preso. “Os pais não precisam ficar assustados basta que fiquem atentos se esses comportamentos acontecem e fatos ocorrem com freqüência com a criança e levá-la para uma consulta com o gastroenterologista pediátrico, que é quem pode fazer o diagnóstico da doença celíaca”, informa a médica.
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http://www.abcd.org.br/revista/doenca-inflamatoria.htm
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Doença de Crohn atinge jovens entre 15 e 35 anos
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29 Dez 2004
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A causa da Doença de Crohn não é conhecida, o que se sabe é que não é transmissível e que ocorrem alterações das defesas do corpo, desencadeando o processo inflamatório. Ela é crônica, pois afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e do intestino grosso (cólon), mas pode comprometer qualquer dos segmentos do canal alimentar, desde a boca até o ânus. Habitualmente, causa diarréia, cólica abdominal, freqüentemente febre e, às vezes, sangramento retal. Também podem ocorrer perdas de apetite e de peso.
A Doença de Crohn não tem cura, mas não é considerada uma doença fatal e seus portadores têm uma vida quase normal.
A Doença de Crohn atinge jovens entre 15 e 35 anos:
Estima-se que nos EUA haja mais de 2 milhões de pessoas com doenças inflamatórias crônicas do intestino; 200 mil são crianças com menos de 16 anos.
No País, o problema chama a atenção das autoridades de saúde e existe até uma associação dos portadores da doença, presente em quatro Estados.
Diagnóstico da doença conta atualmente com um moderno exame de precisão, a cápsula endoscópica, que, ingerida, fotografa o sistema digestivo.
SÃO PAULO - Nos EUA, a estimativa é de que 2 milhões de pessoas sofram de doenças inflamatórias intestinais (DII), pelo menos 200 mil desse total são crianças com menos de 16 anos. Não há estatísticas oficiais sobre o número de brasileiros com Doença de Crohn, um dos males pertencentes ao grupo das DII, mas ela tem chamado a atenção das autoridades e da sociedade em geral.
O Ministério da Saúde, desde julho de 2002, fornece gratuitamente os principais medicamentos para o tratamento da doença e existe até uma associação, com mais de 1.200 sócios, exclusivamente dedicada, entre outras atividades, a realizar programas educativos para os portadores dela e promover grupos de auto-ajuda. A Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD) foi fundada há cinco anos em São Paulo e tem mais outros três escritórios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, em breve, deve inaugurar outros dois em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
A doença existe em todas as partes do mundo, com taxas mais elevadas nos países da região nórdica, da Europa e da América. Ela incide preferencialmente em adolescentes e adultos jovens, na faixa de idade entre 15 e 35 anos, podendo haver um segundo pico a partir dos 55 anos, com predomínio no sexo feminino. Até o momento, admiti-se maior prevalência entre brancos, principalmente os de origem judaica, em indivíduos de classe sócio-econômica mais alta, de profissões intelectualizadas e habitantes de centros urbanos.
Cápsula endoscópica - Até o fim da década de 1990, não existia um exame específico para identificar a Doença de Crohn, e os pacientes eram submetidos a radiografia com contraste e colonoscopia (tubo iluminado introduzido pelo ânus), por exemplo. A solução para diagnosticar a doença com precisão e de forma indolor surgiu em 2001, desenvolvida por técnicos israelenses: a cápsula endoscópica, o mais moderno exame de precisão do mundo para a identificação de enfermidades do aparelho digestório.
Trata-se de uma cápsula de vídeo do tamanho de uma pílula de vitamina, como um endoscópio, com câmera e fonte de iluminação próprias. Ingerida, enquanto ela percorre o aparelho digestório, imagens vão sendo enviadas para um gravador de informações colocado na cintura do paciente. Depois, as imagens são analisadas por um médico por meio de um vídeo-monitor.
A cápsula endoscópica permite o exame das três porções do intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), locais até hoje de difícil visualização pelos exames convencionais. “A cápsula é indicada também para o diagnóstico de outras doenças como hemorragias digestivas ocultas, anemia crônica e tumores intestinais benignos e malignos em que, na maioria dos casos, outros procedimentos freqüentemente não alcançaram os resultados esperados”, explica o dr. Ronaldo B. Oliveira, médico gastroenterologista da Clínica Ana Rosa, de Santo André, cidade do Grande ABC paulista, a segunda empresa no Brasil a adquirir a cápsula endoscópica. Hoje, além da Clínica Ana Rosa, somente outros três grandes hospitais da capital paulista possuem a tecnologia na região.
Fonte: www.abn.com.br
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